sábado, 22 de março de 2008

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Olivia não sabia muito o motivo de não estar junto de Miguel. Não era como gostaria de estar, mas era assim que estavam: não estavam.
Talvez fosse melhor assim. O amor que Olivia tinha dentro de si por Miguel era tanto que talvez devesse ser deixado. Essa era uma experiência muito nova - vivia o que era desconhecido até então, o ainda não experimentado. A curiosidade acabou levando-a para além de onde pensava ser capaz de ir.
Apesar das tantas lágrimas que lhe escorriam, não desgostava do que sentia. Não era um amor só profundo. Olivia amava também a superfície. Essa era a novidade que ampliava o sentir. Gostava de Miguel porque ele se vestia de tal jeito, porque estava sempre com o mesmo cheiro, porque ele dizia que não se importava se fosse acordado mesmo em sono profundo, porque ele gostava de camas altas, porque estava sempre de samba-canção.
Olivia passava noites sem saber se deveria chorar até se esgotarem as lágrimas ou se deveria parar e guardar o choro para mais tarde. Não tinha se decidido se já - ou ainda - era hora de se dar por satisfeita. E nem sabia se queria chegar logo à essa conclusão.

3 comentários:

Artur disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Artur disse...

Dreba!!
Dá pra se estender mais um pouquim, hein? Tamo querendo ler mais...

;)

Beijo grande!

Nathy disse...

Gostei muito!! vc escreve super bem! :))
Beijos