domingo, 2 de agosto de 2009

eu, não-criativa
ando sem nenhuma inspiração, zero disposição...
resolvi reler "morangos mofados". o livro é uma pérola, na releitura parece até que brilha mais. 

quarta-feira, 1 de abril de 2009

hoje foi dia de mudar de cor, mudar de astral, mudar de roupa e mudar de cara. usei o cabelo preso, bem preso, rabo de cavalo no alto. fiquei com o rosto todo de fora, todo exposto.
botei a cara a tapa.

o dia choveu, choviscou, apareceu um sol, fez friozinho, fez calorão. troquei de sensações o dia todinho.
morri de amor, morri de dor, morri de raiva e de calor. senti falta do meu choro. faltaram lágrimas no dia, mas sempre faltam - na vida.
li e reli, comi e não dormi.

fui um pouco mais livre do que ontem, e do que semana passada.
hoje foi dia de pensar na minha questão. tenho várias, mas não sei qual seria a questão. sou bagunceira, perco questão, depois acho, esqueço onde coloco... preciso me organizar. tinha uma questão que organizava, mas como eu torcia pra que ela me deixasse.
me deixou.
agora?
agora estou só - eu e as outras tantas questões.

sinto falta do meu choro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Duas e meia acordei. Levantei, fui ao banheiro, voltei, me deitei. Dobro o travesseiro, tiro a colcha - calor! - e fico só com o lençol. Viro de bruços.
Viro a cabeça para o outro lado, agora.
Não durmo.
Passei o dia na praia. O mar estava suuujo. Tudo parecia tão denso, meus braços faziam força contra a água. Tive que sair. Mas eu me senti livre.
Hoje eu amei o meu corpo. Não que eu saiba explicar o que é, sentir que amou o corpo. Só que eu senti, disso eu sei. Meu corpo me expressou toda hoje, e eu nem sabia que...


depois eu achei que as minhas vontades não devessem se perder,
que existiam para serem lembradas.
agora eu não penso mais isso. vontade dá, vontade passa. depois, pode até voltar... essas não se perdem.

fico aliviada quando pego um papel e me vejo desenhar letra por letra, palavra por palavra do que passava pela minha cabeça. Engraçado que eu só vejo no papel. Parece que a minha cabeça escreve, e depois eu leio, no papel.

Seis e meia, adormeci.

5,6,7,8!

amor, amor
mi amor, mi amor
pensar em você
não me deixa.
em atividade, sem parar.
não deixa passar, me deixa viver
amar
"o Homem que diz 'vou'
não vai.
porque quando foi já não diz"
gostoso
ser invadida por essa vontade tão... fugaz.
sempre fui tãããão tranquiiiiila...
fico horas planejando, sonhando,
sem parar!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

"O homem. Como o homem é simpático. ainda bem. O homem é a nossa fonte de inspiração? É. O homem é o nosso desafio? É. O homem é o nosso inimigo? É. O homem é o nosso rival estimulante? É. O homem é o nosso igual ao mesmo tempo inteiramente diferente? É. O homem é bonito? É. O homem é engraçado? É. O homem é um menino? É. O homem também é um pai? É. Nós brigamos com o homem? Brigamos. Nós não podemos passar sem o homem com quem brigamos? Não. Nós somos interessantes porque o homem gosta de mulher interessante? Somos. O homem é a com quem temos o diálogo mais importante? É. O homem é um chato? Também. Nós gostamos de ser chateadas pelo homem? Gostamos."

é isso. sábia clarice!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

seria muito bom ter produção constante, idéia constante, escrita constante. eu teria um alívio constante. escrever é só um alívio.
só que eu não sou constante. eu, que constantemente repito, não sou constante? queria só confiar que minhas palavras não vão morrer, que o meu alívio de agora não é o meu último alívio.
então eu escrevo qualquer coisa, quando ela sai. como se fosse um presente.
tenho medo do próximo ponto final ser o último. e assim vivo colocando pontos finais, porque eu ainda posso. eu gosto da possibilidade de cada nova frase. é a partir do ponto, do nada que se cria depois dele, que pode existir uma coisa totalmente nova. eu queria isso na minha vida, a toda hora poder ser outra, totalmente nova.
mas eu ando descobrindo as tantas limitações...
eu não posso ser qualquer coisa que eu quiser. só posso ser o que me é possível, e a minha liberdade, ela também, é restrita. se é que eu sou alguma coisa...

sábado, 26 de julho de 2008

queria muito que a minha vida sustentasse a escrita de um livro. porque eu acho que me aliviaria a vida essa escrita da minha vida. seria uma prova de que a minha vida - por mais que não me sustente, ou não se sustente sempre - sustenta alguma coisa.
de qualquer forma, eu preciso dizer. tenho muita vontade de dizer de mim, dizer do nada enquanto uso tanto das palavras. eu acabo por dizer muito pouco de mim, mas esse é o máximo que pode ser dito. não passa disso, apesar de me sentir muito mais do que isso. minha escrita tenta ilustrar, mas não passa de caricatura de mim mesma.
eu vivo é disso. eu vivo desse turbilhão de demanda, que, ainda bem, não cessa, porque se eu vivo disso, eu sou isso. eu vivo dessa pergunta, dessas perguntas, daquilo que não tem resposta. não sei se eu vivo para perguntar ou se vivo para tentar responder. desconfio que o meu prazer seja da pergunta. eu gosto mesmo é de brincar com o que não tem resposta. eu já fui mais atrevida, mais ousada. andava por aí, o tempo todo, falando da vida, como quem sabe alguma coisa dela. eu precisei muito acreditar que, um dia, saberia. inventava um infinito de respostas para as mais infinitas perguntas. ainda invento, eu sei. mas eu aprendi, muito pouco, mas aprendi - nem sei, mas considero isso coisa boa - sobre a delícia de não saber. mais, a delícia de não ter que saber, a delícia de perguntar porque não se sabe - eu não sei.
eu não sei quem foi que me disse, logo no começo, que eu deveria saber um tanto - deve ter sido eu mesma. mas eu guardei esse dito tão fundo em mim, tão fundo que ficou impossível retirar.
possível ou impossível, nada me impede de cavar. eu gosto de cavar fundo, não me importa nada.
eu cavei tanto, mas tanto, que vi o fundo, de longe.
talvez eu fosse mais criativa quando inventava respostas.